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22 de outubro de 2012

Poluição do ar x Qualidade de Vida


Por Gustavo Matos, aluno do 9°ano 08.

“E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.” – Genesis 2.7
Assim começa a história da humanidade. Uma ação de Deus tão emblemática que nos revela a importância do elemento mais indispensável à vida: o ar.
Paremos para pensar. Quanto tempo conseguiríamos sobreviver sem ar? Podemos ficar alguns dias sem comer e até algumas horas sem beber água. Contudo, mesmo para aqueles que treinam apneia, não é possível suportar mais do que poucos minutos sem o precioso ar. O mesmo acontece com as plantas e com os animais. Porém, tão importante quanto o respirar, é a qualidade do ar que se respira. E como está o nosso ar?
Segundo levantamento recente da OMS (Organização Mundial de Saúde), divulgado em 26 de setembro de 2011, pelo menos 2 milhões de pessoas morrem no mundo devido à má qualidade do ar causada pela poluição. A pesquisa analisou dados de 1.100 cidades, de 91 países, com mais de 100 mil habitantes. Segundo especialistas, a contaminação do ar pode levar a problemas cardíacos e respiratórios, como câncer pulmonar e até a morte prematura de fetos que são muito sensíveis aos efeitos de gases tóxicos.
A constatação mais surpreendente da pesquisa é que a região do Rio de Janeiro é a mais poluída do Brasil, com índices ainda piores do que a Região Metropolitana de São Paulo.
Quem tem filhos pequenos sabe. Basta passar um dia numa emergência pediátrica para perceber que a maioria das crianças atendidas na faixa de 0 à 5 anos sofre ou já sofreu algum tipo de infecção das vias respiratórias, como sinusite, bronquiolite, asma, rinite, pneumonia, etc.
Assim como as crianças, os idosos são também bastante suscetíveis a doenças respiratórias provocadas pela poluição, principalmente quando há mudanças bruscas de temperatura. Isto ocorre porque a massa de ar frio dificulta a corrente de ventos e faz precipitar o material particulado da atmosfera, ocasionando um aumento significativo para os casos de infecções das vias respiratórias.
Mas o que ocasiona a poluição do ar? É, em maior parte, o resultado da ação humana em introduzir produtos químicos e tóxicos no ambiente. O problema é antigo e complexo. Desde a metade do século XVIII, com a Revolução Industrial, cresceu significativamente a poluição do ar. A queima do carvão mineral (fonte de energia para as máquinas da época) jogava na atmosfera, toneladas de poluentes. A partir deste momento, o homem teve que conviver com o ar poluído e com todos os danos advindos deste “progresso” tecnológico.
Atualmente, a poluição gerada nos centros urbanos é resultado principalmente da queima dos combustíveis fósseis como, por exemplo, carvões minerais, e derivados do petróleo (gasolina e diesel), liberados por escapamento dos milhões de carros, caminhões e ônibus que circulam diariamente nas áreas urbanas, além das indústrias petroquímicas e siderúrgicas, entre outras, responsáveis por emitir grande parte dos gases tóxicos e tantas outras importantes fontes poluidoras do ar, como por exemplo: queima do lixo a céu aberto, incêndios florestais, atividades do setor agropecuário, etc.
Mas o que tem sido feito para combater a poluição do ar? Desde a década de 80, as nações mais desenvolvidas do mundo tem se reunido para discutir o problema e tentar encontrar meios de controle das emissões dos gases poluentes na atmosfera. Porém é importante dizer que esse movimento só teve início porque a sociedade, com uma maior conscientização sobre os impactos provocados pela poluição ao meio ambiente e à própria saúde, começou a imprimir pressão sobre os governos cobrando ações.
Um marco dessa mobilização iniciada pela sociedade é o Protocolo de Kioto, lançado em 1997, pela ONU (Organização das Nações Unidas), é um tratado que obriga legalmente a todas as nações industrializadas a estabelecer metas para diminuir em 5, 2%, entre 2008 e 2012, o lançamento dos gases estufa na atmosfera.
A boa notícia é que em função dessas metas, diversos setores da indústria tem recebido do governo investimento na área de pesquisas para viabilizar a utilização de energia limpa e de fontes renováveis, incentivos para reduzirem suas emissões, repensarem processos produtivos a fim de torná-los menos poluentes, etc. Outra importante iniciativa é o investimento em transporte em massa que é uma solução não só para melhorar a qualidade do ar, como também a qualidade de vida da população em geral.
E nós, cidadãos comuns, somos apenas vítimas ou também vilões? Vamos entender como estamos inseridos nesse contexto. Os problemas da poluição do ar estão intimamente ligados ao padrão de cadeia de consumo da sociedade moderna. Tudo que somos “convidados” diariamente a consumir, em sua maioria são produtos industrializados, fabricados com compostos químicos, que durante o processo de fabricação produzem tóxicos, emitem gases, consomem energia, geram poluição e mesmo após o uso, quando descartados, ao serem depositados em lixões ou aterros continuam gerando poluição do ar, devido à liberação de gases e metais durante o processo de decomposição.
Outro problema são os hábitos diários.  A praticidade a qual nos acostumamos, como por exemplo, utilizar o carro para resolver tudo, desde o supermercado, a padaria, a escola do filho até longas viagens, sem falar na falta de manutenção adequada dos veículos contribuem e muito para agravar o problema da poluição do ar.
Fica então a reflexão. Precisamos rever nossos conceitos. Somente a partir da informação e conscientização será possível mudar hábitos pessoais e então cobrar das autoridades ações para melhora na qualidade do ar.
Nosso criador, além do fôlego de vida concedeu-nos inteligência e livre arbítrio. Usemos esses atributos para fazermos boas escolhas em favor da boa qualidade do ar e da vida.

Ana Cristina Ferreira de Moura
Gestora de Recursos Humanos e de Meio Ambiente

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