Qual é o maior fator de risco para o jovem do Brasil?

1 de outubro de 2012

Aprender e crescer

Por Charlotte Fermum Lessa
Pesquisa de reportagem: Fernando Rocha, 
aluno 9.º Ano - 8

Quando se fala em crescimento, logo se imagina uma criança em desenvolvimento: de bebê a garotinho ou garotinha; daí para menino ou menina; em seguida para a puberdade, adolescência, juventude e idade adulta. Esse crescimento nada mais é que a transformação ocorrida durante o processo de amadurecimento quanto à idade, ao desenvolvimento biológico e à evolução da inteligência. São mudanças que vão acontecendo com o passar do tempo.

Crescer, porém, não é só isso. Você pode alcançar todos os estágios do desenvolvimento, chegar à idade adulta e atingir a fase do envelhecimento, e ainda assim, continuar crescendo. Que crescimento é esse então?

CRESCER DÓI?

Você já deve ter ouvido essa expressão. E não dá para responder Não. Porque para crescer o sujeito precisa ir adquirindo novos conceitos e ao mesmo tempo abandonando outros, ou acrescentando outros. É como explica Piaget: você assimila uma informação, depois de assimilada você a acomoda. Esses processos de assimilação e acomodação são responsáveis pelas mudanças nas estruturas cognitivas. Cada vez que isso acontece surge a necessidade de aceitar o novo conceito ou rejeitá-lo. E é isso o que provoca o sofrimento.

Você já deve ter percebido como é difícil aceitar novos paradigmas. Mesmo que sejam positivos, a tendência é questionar, duvidar, descrer. Leva tempo até que sejamos capazes de aceitar (acomodar) o novo.

Lembro-me de quando aprendi que não se diz “meu óculos”, mas “meus óculos”, porque são dois e não um só. Tive que repetir muitas vezes até acomodar na mente esse novo conceito.

Lembra-se da mudança do Cruzeiro para o Cruzeiro Novo e daí para o Real? Quanta confusão? Outro exemplo: você se lembra (já bem mais recente) da injunção da lei da inclusão escolar e social? Quem não esperneou? Como você notou, o processo de acomodação é lento. Custa a acontecer, principalmente quando o sujeito está abarrotado de ideias preconcebidas.

Então, meu(minha) amigo(a), crescer dói, sim. E podemos parar de crescer fisiologicamente. Nunca, porém, intelectualmente!

O ALUNO INCLUÍDO
Agora dá para compreender um pouco mais a criança com atrasos cognitivos. Seus impedimentos, a dor que o crescimento e a reestruturação cognitiva podem provocar. Assim como é lento o processo de acomodação na experiência de um adulto comum (como exemplificamos anteriormente), é lento esse processo na experiência de uma criança com transtornos ou dificuldades de aprendizagem.

Não entramos em temas relacionados com fatores emocionais ou ambientais. Nem na bibliografia de Piaget e outros estudiosos. A simples compreensão desse processo é suficiente para nos levar a calçar o sapato de quem está incluído no círculo educacional.

Talvez assim possamos reavaliar nosso desempenho como mestres dessas “pedras brutas” e nos tornar mais pacientes e calmos, na espera pela acomodação das verdades que lhes ensinamos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fique à vontade para fazer seu comentário. Critique, dê sugestões e, se for o caso, elogie!

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES | NOTIFICAÇÕES

1. Os comentários aqui exibidos refletem, exclusivamente, as opiniões isoladas dos visitantes do blog.
2. O editor e o criador deste blog não se responsabilizarão, em hipótese nenhuma, por quaisquer danos que, por ventura, estes venham causar, a quem quer que seja.
3. Mensagens que não tenham relação com o conteúdo da postagem não serão toleradas.
4. Por questões de segurança o seu comentário não será postado no blog até a aprovação do editor do mesmo.

Obrigado pela compreensão!
ROCHA WEBDESIGNER